MG ganha dois monumentos naturais
MG ganha dois monumentos naturais

As riquezas naturais de Minas Gerais ganharam, ontem, mais proteção, com a criação de duas unidades de conservação (UCs), fruto de compensações ambientais, e de um laboratório de pesquisas ecológicas. Com os monumentos naturais Serra do Gambá, em Jeceaba, e Serra da Moeda, entre os municípios de Moeda e Itabirito, ambos na Região Central, subiu para 255 o número de áreas de preservação estadual. A assinatura dos decretos marcou o início da Semana Florestal e o Dia da Árvore.

O Monumento Natural Serra do Gambá, com 442,22 hectares, é resultado de licenciamento concedido à Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig) pela implantação do Distrito Industrial de Jeceaba. A área tem muitos potenciais a serem explorados pela comunidade, entre eles, o turismo. O Monumento Natural Serra da Moeda, com 2.372,55, nasceu de licenciamento concedido à empresa Gerdau S/A e é considerado de grande relevância biológica na região, com potencial turístico e científico, além de grande acervo histórico e cultural, como as ruínas de um forte. A região está inserida no Quadrilátero Ferrífero - área de grande atividade minerária - e, por isso, é muito frágil.

Já o laboratório Eugênio Warming tem o objetivo de atrair pesquisadores nacionais e internacionais para o desenvolvimento de estudos sobre a biodiversidade dos biomas com ocorrência no Vale do Rio das Velhas, em especial o cerrado. Também vai apoiar pesquisas desenvolvidas na área do Parque Estadual do Sumidouro, em Lagoa Santa, na Grande BH. Em São Gonçalo do Rio Preto, na Região Central do estado, o Parque Estadual do Rio Preto foi declarado de utilidade pública e de interesse social, para fins de desapropriação.

O analista ambiental da gerência de criação e implantação de área protegidas do Instituto Estadual de Florestas (IEF), Diego Martins Rezende, afirma que mais de 20 processos estão na fila para a criação de mais áreas protegidas. "Estamos formando o sistema estadual de conservação e alcançando as diferenças no estado, que é muito diverso. Temos conseguido proteger trechos indispensáveis, seja por atributos naturais ou até mesmo históricos", ressaltou. A principal ferramenta usada nas análises para a criação de unidades de conservação é o Atlas para Conservação da Biodiversidade, feito em parceria com a Fundação Biodiversitas, e que indica onde determinada espécie da fauna e flora se reproduz, onde estão ameaçadas, a ocorrência de cavernas e nascentes, entre outras informações.

CAI DESMATAMENTO. Minas teve redução de quase 35% no desmatamento das matas nativas, informou ontem o governador Antonio Anastasia, durante evento em comemoração a Semana Florestal. O dado está registrado no Mapa da Cobertura Vegetal de Minas Gerais (biênio 2007-2009), que integra o Inventário Florestal de Minas Gerais, realizado a cada dois anos pela Universidade Federal de Lavras (Ufla) em parceria com o IEF. O índice foi calculado comparando números apurados no biênio anterior. O mapa traz dados científicos sobre os biomas em Minas, áreas de ocorrência das espécies e serve para estabelecer estratégias de revegetação e as áreas mais apropriadas para o manejo florestal. (JO)

Fonte: Estado de Minas, 22 de setembro de 2010
Imagem: Serra da Moeda, por Bernardo Puhler
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